27.11.11

Aqui há uns tempos, elaborei um post sobre as auto-estradas. Hoje, quero acrescentar-lhe mais um par de linhas.

Recentemente, aqui nas bandas da Margem Sul, entrou em funcionamento mais um troço (o início) da A33, a auto-estrada que, futuramente, há-de ligar a Caparica (ou, mais precisamente, o Funchalinho) a Canha e à A13 - englobando no seu traçado o IC32 entre Coina e o Montijo - e que terá portagens em alguns pontos do seu traçado (obviamente). Numa altura em que os cordões do cinto dos portugueses andam apertados, é com alguma confusão que se vêm obras deste calibre a avançarem. Especialmente uma auto-estrada como estas em que... enfim, não vejo grande utilidade, confesso.

Anyway, temos mais uma auto-estrada, e, como ainda não há pórticos nem portagens, decidi ir investigar este troço, de 3,8 km e que corresponde à Variante à N377 - construída há uns 15-20 anos para desviar o trânsito da Charneca da Caparica, se bem que sempre ficou incompleta - alargada para três vias em cada vaixa de rodagem. E, antes de mais, a primeira coisa que reparei é neste pequeno pormenor:

 

Pois é. Se, no meu primeiro texto, já reclamava de haverem auto-estradas a 100 km/h, para se vingarem, os organismos que fazem destas vias vieram colocar, mesmo à minha beira, uma em que a velocidade máxima é de 80 km/h. E, fazendo-se o percurso para trás e para a frente, acaba por ser um bocado evidente o motivo: o traçado não é dos mais convidativos para grandes picanços, com curvas e desníveis que, por exemplo, não se encontram na A2. Mas enfim, é o que temos para papel de amostra.

 

Podemos dizer, à vontade, que temos da maior rede de auto-estradas da Europa. Agora, também convinha ver-se quantas dessas é que são, verdadeiramente, auto-estradas, com bom traçado, limite de velocidade de 120 km/h, and so on. E viva as aparências.

disfunção original de Carlos Loução às 21:00

09.11.11

Ando há muito tempo por aqui calado, eu sei.

É que tenho tido dois problemas principais a fecharem a torneira dos posts, que eu gostava que estivesse constantemente aberta: a) não tenho tido vontade nenhuma de escrever. Tem dias em que abro o Word, ou aqui a janela desta frederica, e que acabo por fechá-los porque não me sai nada; e b) nas poucas ocasiões em que me sinto com vontade de escrever... não me ocorre tema absolutamente nenhum. Claro que podeao dizer "falta de temas?! Com tudo o que se está a passar no mundo, não arranjas nada sobre o que escrever?!" E eu respondo... não, nada. Nada disto me motiva a juntar duas linhas de texto, quanto mais um post inteiro. Especialmente quando tudo o que se está a passar já era previsível que acontecesse. Depois de anos e anos a encostarmo-nos à sombra da bananeira e a pensar que o estado de graça iria durar para sempre, a dura realidade provou-nos o contrário. Com anos a fio a trocarmos os nossos afazeres por subsídios, baixas, créditos e outras formas de se fazer o mínimo possível recebendo o máximo possível, a teta secou... e agora cada um tem de pagar por isso. Com a agravante do dinheiro não ser para "nós", Estado, mas para se regularizar a nossa situação, pagar as dívidas ao exterior e garantir o mínimo de sustentabilidade a este rectângulo à beira-mar plantado.

 

Agora, isso de "garantir sustentabilidade" implica sacrifícios, e os povos mediterrânicos, para sacrifícios...  enfim, é complicado. Isso implica, também, passar muita da "gordura" do Estado para a mão de outros. Porquê? Porque não há dinheiro para sustentar tanto sorvedouro. Sítios que, pura e simplesmente, não seja rentável existirem serviços ou onde estes sejam deficitários, têm de ser encerrados - sob pena de arrastarem o resto do país para a lama e para a bancarrota. Ou será isso que, no fundo, nós queremos? Aquela velha permissa do "se eu não posso estar bem, então que ninguém esteja"?

Claro, todas estas coisas geram protestos, greves, e o mais. E aqui, todos têm de estar do mesmo lado. Na última greve dos transportes públicos, que foi, erm... ontem, na comunidade ferroviária online, como normalmente, houve grandes discussões entre quem apoiou a greve (ou quem a fez, mesmo) e quem não estava de acordo com a mesma. E acabam por acontecer coisas menos bonitas, trocas inflamadas de argumentos, que acabaram por redondar em trocas gratuitas de insultos, até mesmo ao achincalhamento de quem se achou no direito de fazer greve, insultando mesmo colegas de profissão, com quem, se for preciso, convivem no dia-a-dia, apenas e só porque optaram em não aderir à greve. Sou só eu a achar isto de um terceiro-mundismo atroz e medonho?

 

De modos que é esta a sociedade que temos. Pobre de dinheiro e, cada vez mais, pobre de espírito, resumindo tudo a lutas ideológicas sem sentido, no apoiar de ideias fossilizadas no tempo.

 

Não foi isto que esperava quando assinei o contrato lá em cima que me permitiu andar cá pela Terra. Posso rescindi-lo?

disfunção original de Carlos Loução às 20:58

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