10.04.05
Penso que todos vós já andaram de autocarro, pelo menos uma vez na vida.
Pois.
Se já vos haveis sentado nos bancos traseiros, decerto já tereis admirado os inteligentes escritos deixados pela juventude imberbe e apaixonada, como "Joana love Zezé", ou "Ermengarda love ___", ou até mesmo "I love Umbelino". Depois temos, embora menos frequentes, os números de telemóvel com mensagens apelativas ao lado, fazendo supor às mentes menos atentas que, por detrás da mão autora daqueles dízeres, está alguém muito necessitado, quando na realidade o objectivo é gozarem com o dono daquele número.
Mas a coisa fica melhor! E quando começam as "peixeiradas" nas paredes dum autocarro? Quando se vê uma linha aa injuriar pessoa A, depois A risca essa linha e responde tão ou mais educadamente que a anterior, e nunca mais saímos daqui? As coisas que eu já vi em tais sítios, confesso, já me colocaram muitas vezes um sorriso parvo na cara. Algumas delas chegam a roçar o sublime. Mas só a roçar (infelizmente, não tenho exemplos para demonstrar este último caso. Mas também, não queria subir muito o nível deste post...).
O que, se formos a ver, não é muito diferente do que passa nos rodapés de certos canais musicais (existentes ou defuntos); só que, aí, a peixeirada é, infelizmente, inexistente. No entanto, pode-se afirmar, com alguma segurança, que a origem de tais rodapés vem das paredes dos autocarros. É a teoria que deixo no ar desta vez.

Boas escritas.

(Uma nota: com este post ficou definitivamente provado que estou criativamente morto. Passo a vida a reclamar, "ah, e tal", mas ainda vou escrevendo alguma coisinha. A verdade é que me espremi todo para fazer este texto, e não ficou nada do que eu queria. Como dizia o Camilo Chumbinho, "A vida 'tá difícil... PSSSSSSS!")
disfunção original de Carlos Loução às 00:07

04.04.05
(Antes de mais, queria deixar um enquadramento. Não sou católico, nem ortodoxo, nem muçulmano, nem nada dessas coisas. Acredito que até deva haver alguma coisa, alguém, seja o que ou quem for, lá em cima. Não sou é crente em Deus. Isso então, desculpem mas não sou, já me deixei disso. No entanto, isso não é assunto para agora. Não quero entrar em querelas religiosas com ninguém, e aliás, esse nem é o motivo deste post. Estas linhas devem-se apenas a "justificar-me" por alguma incorrecção que eu possa fazer. E agora, sem mais delongas, passemos ao que interessa...)

Os duros também caem. Essa é uma máxima, já muito batida, mas que nunca falha. E João Paulo II foi um duro. Não um duro na verdadeira acepção da palavra: afinal de contas, Karol Wojtyla não era um daqueles seres de mais de dois metros, ombros mais largos que uma baliza de futebol e que endireitam uma cara com um dedo. Nunca na vida! Ele foi um duro porque não teve medo de dizer: "Nós errámos". Ele foi um duro porque lutou contra a morte duas vezes, apenas perdendo a última batalha porque, infelizmente, ninguém é eterno e todos temos de partir um dia. Ele foi um duro porque teve a coragem de visitar o homem que o tentou matar, e de o perdoar, quando talvez o homem comum nunca mais o quisesse ver, ou ainda, desejasse a sua morte, de preferência o mais dolorosa possível. Ele foi um duro porque resistiu o mais possível à doença que o minava por dentro, recusando abandonar a cadeira de S. Pedro e os milhões de fãs que o adoravam.
Confesso que sempre senti um enorme respeito por este homem, de coração maior que o mundo, vindo dum país de leste, e que, da minha opinião pessoal, não terá sucessor à altura durante os próximos séculos. Ainda me parece algo inverosímil saber que o papa dos últimos 26 anos, o papa em funções desde que nasci, já não está entre nós. Mas enfim, a vida continua...
Gostava de dizer mais sobre este Homem, mas acho que as palavras não lhe fazem muita justiça. Gostava, apenas, de citar a manchete d'A Capital de hoje, porque é precisamente a minha ideia a seu respeito: "Se o Paraíso existe, Karol acaba de entrar."

Boa viagem.
disfunção original de Carlos Loução às 16:00

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Este web-log não adopta a real ponta de um chavelho. Basicamente, aqui não se lê nada de jeito. É circular, c...!
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