16.10.17

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Uma enorme revolta se apodera de mim ao ver o que se passa no panorama dos incêndios. Depois de Pedrógão Grande, seria de esperar que as altas instâncias tivessem aprendido qualquer coisa - ou pelo menos que não cometessem os mesmos erros. E que, ao verem as previsões meteorológicas, se preparassem para um dia que se adivinhava complicado.

Logicamente, tudo voltou a falhar. E por isso, num dia extremamente quente com vento forte, tivemos o que foi considerado o pior dia dos incêndios. Tínhamos - e temos - aldeias, vilas e cidades - Braga, por exemplo - com labaredas à porta - e em Gouveia já arderam prédios - e já há vítimas mortais confirmadas, auto-estradas cortadas, linhas férreas paradas com comboios detidos em estações sem transbordo nem informações. Obviamente que há mão criminosa em 95% destes incêndios, de tal maneira que já foram apanhados alguns em flagrante e há relatos de malta no Oeste em motas a ateá-los. Mas tão criminosos como os que ateiam, são os que permitem esta situação, este caos nos meios. É perfeitamente inconcebíbel ter a Ministra da Administração Interna a chorar lágrimas de crocodilo como se isso resolvesse alguma coisa, como se a única coisa que interessasse fosse mostrar-se preocupada e solidária e blá blá blá com as vítimas. É perfeitamente inconcebível que o Secretário de Estado da Administração Interna diga que têm de ser as pessoas a combater os incêndios, não se pode esperar que sejam os bombeiros e os aviões a fazê-lo. É perfeitamente inconcebível que no Orçamento de Estado para 2018 esteja contemplada a redução das verbas para os bombeiros, preferindo prioritizar-se a subida dos salários. Num país como deve ser, a carreira destas pessoas e de todos os responsáveis políticos, independentemente da cor política, teria a sua carreira terminada - e sem direito a regalias futuras.

Pedrógão Grande nunca se deveria de repetir. E a verdade é que não se repetiu - o que estamos a assistir hoje é bem pior. Quer dizer... a assistir, salvo seja: é que os canais de informação portugueses não querem saber disto, preferindo transmitir os debates deprimentes sobre futebol. Quem quiser saber o que se passa com os incêndios vai ter de meter na CMTv, o eterno canal "nojento" e "sensacionalista".

Dói-me o coração. Que São Pedro nos ajude - e eu não sou religioso.

disfunção original de Carlos Loução às 00:02

01.08.13

Uma das chatices de estarmos de férias numa casa que não é nossa é que temos de nos adaptar ao que lá existe, uma vez que muito dificilmente a casa de férias dispõe das mesmas condições que a nossa habitação. Neste momento em que começo a escrever este post (ou esta posta?), daqui da rede, consigo bem ouvir na televisão os berros da Júlia Pinheiro. E confesso que estou a ficar com pele de galinha.

Eu devo mesmo ser uma pessoa limitada. Não consigo perceber a utilidade destes programas da manhã/tarde que hoje em dia e graças a Deus inundam a TV gratuita. Debatem-se os temas em foco na imprensa cor-de-rosa e nas redes sociais, entrevistam-se pessoas que na realidade não queremos ouvir, metem-se músicos a cantar em playback, publicitam-se produtos "milagrosos" para melhorar a saúde dos velhotes, arranja-se forma de sacar uns cobres à malta (a dona cá da casa, só à conta destes concursos, disse adeus a 50€ na factura do telefone do mês passado - e benefício zero)... e basicamente é isto. E é com programas iguaizinhos que se empregam todos os dias da semana umas seis, sete horas dos três canais principais cá desta frederica. A variante é nos apresentadores, pois os programas, seja de manhã, seja à tarde, são idênticos. E agora o formato alastrou-se também aos fins-de-semana, invadindo festas regionais e passando a ser o centro da atenção das mesmas.

Há-de haver muita gente a levantar as mãos a agradecer o facto da generalidade dos portugueses comerem gelados com a testa. De irem todos para o mesmo lado e adorarem este tipo de televisão vazia de conteúdo mas tão rica em futilidades, em coscuvilhice. Sempre que, por alguma infelicidade, tenho de perder algum tempo a ver este tipo de programas, sinto os meus poucos neurónios sobreviventes a agonizarem e a pedirem para lhes acabar com o sofrimento. Não se aprende nada com aquilo! Se eu quisesse ver algo perfeitamente estúpido e desprovido de significado, dedicava-me a ver a vida dos Kardashians, ou arranjava forma de andar vidrado na MTV... não precisava de ter isto também na TV portuguesa.

No dia que eu tome conta desta casa, a primeira coisa que faço é colocar aqui uma antena parabólica para me livrar deste martírio. Depois não tenho é luz para ver TV, mas isso será uma questão para essa época.

disfunção original de Carlos Loução às 12:49

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