07.05.15

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Este vai ser o meu último post neste web-log - ou em qualquer outra coisa. Não por minha livre e expressa vontade, atenção: apenas acho que, depois disto, haverá pessoas que não vão descansar enquanto não me queimarem vivo no meio de alguma praça porque, graças a Deus, todos somos Charlie e todos temos direito à nossa opinião - contando que essa opinião seja condizente com a da maioria. Mas quero lá saber. Ao menos morro feliz, sabendo que alguém ainda passa algum cartão às minhas disfunções - nem que depois me dêem cabo do canastro.

Durante muitos anos, a sociedade estava bastante simplificada: o homem a trabalhar, a mulher em casa a cuidar dos filhos. Não vou estar aqui a dizer que "assim é que era bom", pois nem sequer é a minha convicção - estou apenas a constatar um facto. Com os anos e a chegada dos novos ventos da liberdade, o ser feminino achou que bastava de estarem sob o jugo tirano do machismo e começaram a reivindicar direitos. Mais uma vez, nada contra. Especialmente nas aldeolas, muitas delas nem à escola iam ou saíam com menos que a 4ª classe, por isso, não vejo mal nenhum insurgirem-se por mudanças e por desejarem uma sociedade mais equalitária, com oportunidades iguais para todos.

E assim, com avanços e recuos nesse aspecto, chegamos aos dias de hoje. A igualdade dos sexos ainda não existe - mas está muito melhor do que há quarenta anos (pudera!). Todavia, por causa disso, tem havido uma corrente no seio feminino (o trocadilho não é de propósito) que, em vez de lutar por essa igualdade, prefere antes defender a superioridade feminina e que "nós somos as maiores e damos abada a qualquer homem que nos apareça à frente, gostamos de foder fazer amor à louca em qualquer parte e aguentamos com tudo o que nos atirem para cima e nós é que precisamos de ter os direitos todos, vocês, homens, têm é de comer e calar porque vocês já mandaram muito em nós!" E tratam de ocupar barbearias onde não é permitida a entrada a mulheres alegando que "o princípio de igualdade deve fazer parte de todo e qualquer serviço ao público" esquecendo-se, porventura, dos ginásios exclusivos para mulheres que existem um pouco por todo o país - e que, se fossem ocupados por algum grupo masculino, cairia o Carmo e a Trindade acusando-os de "chauvinismo", "machismo", "ataque à igualdade de direitos" para além de algumas outras coisas que me estarão a escapar. Da mesma forma que houve um real escabeche por o cientista responsável por aterrar uma sonda no cometa Churyumov–Gerasimenko, em Novembro último, foi obrigado a retractar-se por ter aparecido em público usando uma camisa com meninas semi-descascadas - e há tanta menina que se indignou por isso que, se for preciso, passa os dias no Facebook a colocar fotos de homens semi-nus ou a comprar calendários com bombeiros semi-despidos lá fotografados. Da mesma forma que não vejo protestos pela desigualdade que existe quando se sai à noite para um bar, quando elas têm entrada garantida em qualquer discoteca ou bar e com cartões de consumo mínimo relativamente baixos, ao passo que o homem tem de se sujeitar a uma taluda mais elevada... e a poder ver a entrada barrada, especialmente se for sozinho. E nem sequer vou entrar no conceito das "ladies night"...

Portanto, nos dias de hoje, temos mulheres que querem que os homens caiam de joelhos a seus pés (ainda mais que o que acontece nos dias de hoje) e ao mesmo tempo as devorem na cama, segundo o que de vez em quando surge no site oficial do feminismo em Portugal, onde se reúnem as Marias Capazes desta selva à beira-mar plantada e debitam sentenças sobre o que é "ser mulher" e "como todas as mulheres deviam ser e pensar e agir". Onde se fala de sexo como quem fala do vestido da Kate Middleton - mas onde se abomina programas de cariz sexual em horário nobre, dando um exemplo hipotético.

Sinceramente, há coisas sobre as quais prefiro nem saber que existem - e uma delas é o que seria da sociedade se este núcleo feminista tomasse de facto conta do país ou do mundo. E, ao mesmo tempo, gostava de poder ter um vislumbre dessa realidade alternativa - um daqueles casos de "a curiosidade matou o gato".

E pronto, com estas linhas acabo o texto que me transformará num proscrito e num cadáver. Gostei muito de vos conhecer.

disfunção original de Carlos Loução às 22:09

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Este web-log não adopta a real ponta de um chavelho. Basicamente, aqui não se lê nada de jeito. É circular, c...!
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