15.03.17

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Sim, mais um post sobre a desertificação.  E então?
Muita gente que habita nas imediações de Lisboa (qualquer grande cidade, na realidade, mas apetece-me implicar com os lisboetas, e agora?) entraria em pânico se precisasse de ir a um supermercado e este se situasse a uns 30 km de distância. Ou se tivesse um problema de saúde súbito que fosse necessário ir às urgências do hospital e estas estivessem localizadas a uns 70 km. E, todavia, existe muito boa gente que vive nessa realidade, em diversas zonas afastadas dos grandes centros de decisão; uma dessas zonas é aqui em que neste momento me encontro, nos confins do concelho de Odemira. Talvez esta fosse a zona a que o ex-ministro Mário "Jamé" Lino aludia quando se referiu ao "deserto". Sim, já sabemos que o interior está despovoado e ao abandono, que as vias de comunicação são de "passagem por" e não de "paragem em", que não há investimento suficiente para fazer as pessoas fixarem-se a estes meios pequenos. Então qual a solução? Deixar-se morrer quem ainda aqui vive e termos "aldeias-fantasma" à laia de atrações turísticas como hoje já temos as ruínas romanas, árabes e pré-históricas? Deixar que tudo isto se transforme num deserto como o do Sahara?
Só que ao mesmo tempo vem o reverso da medalha: como é que se convence alguém a investir nos meios rurais? Qual é a empresa que vai arriscar estabelecer-se num meio com pouca gente sabendo que todos os meios que necessita (matéria-prima, mão-de-obra) se encontram em quantidade insuficiente nas imediações? Só com grandes incentivos do Estado é que pode haver alguém a pensar nisso, o que não é solução, pois os cofres estatais não servem propriamente (ou não deviam servir) para esse tipo de coisas.
Então qual a solução? Pois, essa é que é a pergunta dos 50 mil euros. Mas "deixar morrer" é a solução que mais me revolta...

disfunção original de Carlos Loução às 10:35

18.02.15

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E pronto: os sacos de plástico disponibilizados anteriormente de forma gratuita nas superfícies comerciais passaram a ser taxados pelo Estado. Para além dos gritos useiros e vezeiros destas ocasiões de "Qualquer dia taxam-nos até o ar que respiramos!", o que este acto acabou por resultar é em ver muita gente passar a trazer sacos de casa ou em andar com aqueles recicláveis de 1€ (ou mais, sinceramente atirei o valor ao ar) e meter tudo lá dentro. Bom, se formos a ver, a malta ia ao hipermercado, comprava dez itens e levava dez sacos para casa, cada um com uma coisa. Mas já sei que, dizendo-se isso, as pessoas poderiam dizer "os sacos não gratuitos? Não estou no meu direito de levar os que eu quiser? Então eu levo os que eu quiser!", o que acaba por ser mau para o ambiente, blá blá blá. Por isso, recorre-se à segunda mais fácil e primitiva forma de se inibir o ser humano de fazer alguma coisa: coloca-se um imposto sobre essa coisa.

Agora o que me causa alguns fornicoques no cérebro é ver malta dizer que é uma injustiça retirarem os sacos, que é um direito dos consumidores terem-nos à sua disposição. Meus amigos, eu aconselhava-vos a fazerem uma pequenina imagem no tempo, para o tempo em que não existia grandes superfícies coemrciais cá por Portugal, para o tempo que os vossos pais, os vossos avós tinham de ir à mercearia da esquina (ou da aldeia mais próxima) fazer o avio para a semana ou para o mês, e não recebiam as compras em saquinhos de plástico! Todavia, os compradores iam munidos da sacola de serapilheira ou do cesto de vime, ou daquelas fitas que uniam as paletes de tijolos, colocavam as compras ali dentro e seguiam felizes e satisfeitas da vida (algumas queixando-se das cruzes, mas isso todos nós teremos, se lá chegarmos). Só que, com o tempo, como sempre, fomo-nos acostumando à ideia de termos os saquinhos de plástico à là gardère e agora, que eles passaram a custar a exorbitância de 0,10€ (que, para quem compra muita coisa, realmente é algum custo acumulado), em vez de pensarmos em voltar a este hábito de dar trabalho aos pobres artesãos que ainda se dedicam a esta arte de criar cestos e cestas e sacolas e o mais, optamos antes por reclamar da injustiça que é taxarem-nos os sacos de plástico.

Não ao saco de plástico! Sim à cesta de vime (à falta de melhor chavão para comcluir este post... olha, vai assim mesmo)!

 

PS: o post anterior desta xafarica foi tão bom, tão bom, tão bom que até mereceu destaque no Sapo. A todas as pessoas que se enganaram e vieram cá parar: as minhas desculpas. Manter a bitola era dificílimo: é que aquele post saiu bonzinho, os restantes são assim p'ró merdosos.

disfunção original de Carlos Loução às 14:20

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